De que acham que sou feito?
Porque não vês minhas lagrimas
Não quer dizer que não choro.
Porque não conheces meu leito
E nem que eu seja anátema
Mesmo nas muitas vezes que não oro.
Se eu choro, eu canto
E no meio do meu pranto
O soluço do silêncio opaco
Que naquele velho e triste quarto
Me causa tanto espanto
E de medo me quebranto.
Na dor da perda inesperada
Uma surpresa súbita e implacável
Que me sufoca sem dó.
A dor que chega sem ser convidada
Transformando o gosto do mel em fel
Sem descrição ao sentimento maior.
Não quero dividir nada
Nem das lágrimas a água
Que molharam meu rosto
E como se já não estivesse posto
A alegria que uma hora se finda
Até da melhor frase, a mais linda.
Desse poeta ficam as palavras
Que talvez tenham sido em vão
Que desse mundo cão não sente falta
Nem da dor, por mais que seja alta
E onde for, vai... ou vão
Levando daqui as velhas palavras ladras.
Um comentário:
Poesia lindaaa, lindaa
"Se eu choro, eu canto
E no meio do meu pranto
O soluço do silêncio opaco
Que naquele velho e triste quarto
Me causa tanto espanto
E de medo me quebranto".
essas palavras não foram em vão *--*
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