sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Deus não existe... Simples assim




God does not exist. He is being itself beyond essence and existence. Therefore to argue that God exists is to deny him.
Deus não existe. Ele é Ele mesmo pra além de toda essência e existência. Portanto, arguir acerca da existência de Deus é o mesmo que negá-Lo.
(Paul Tillich)

Depois de tanto tempo tentando e pensando que acreditava na existência de Deus e me deparar com uma frase de tanto impacto, minhas estruturas psicológicas se abalaram por nunca ter levando uma linha de raciocino como esta. Simplória e objetiva. Taxativa e clara. Um pouco de “filosofia” (e outros elementos) ajuda a entender.

Quando se fala em existir, chama-se a atenção para algo que foi criado, que teve um começo, que surgiu de algo ou que antes não existia. Existe o Cosmos. Existem as galáxias. Existem todos os entes energéticos. Existem anjos. Existem animais e toda sorte de vida e anima vivente. Existem vegetais, peixes, e organismos de toda sorte. Existem as partículas atômicas e as subatômicas. Existe o homem. Existe eu e você e etc.

Ou seja, Deus não existe, pois Ele é. Se Deus existisse, Ele não seria Deus, mas apenas um ser na existência. E como também não foi criado, pois se tivesse sido criado, deveria ter surgido em algo através de/dentro de alguma Coisa-Deus de deus. Assim, Deusnunca existiu, pois Ele é.

Logo, imagine-se que um Criador que existisse em Algo, não passaria apenas de um engenheiro Universal e um mestre de obras cósmico. Nada, além disso. Com muito poder. Porém, nada além de um Zeus Maior, como crido na Grécia Antiga.

Mais interessante de se observar é que a Escritura não oferece argumentos acerca da existência de DeusJesus tampouco tentou qualquer coisa do gênero. Tanto Jesus quanto a Escritura apenas afirmam a fé em Deus, e tal afirmação é do homem e para o homem e não para Deus; pois se assim fosse para Deus, o tal homem seria o Deus de Deus, posto a existência de Deus dependeria da afirmação e do reconhecimento humano. Tal Deus nem é e nem existe; exceto na mente de seus criadores. Seria como se nós homens (de forma geral) tivéssemos o poder de delimitar a existência de Deus. Assim sendo, além de delimitar a existência, já faríamos o que muitos homens tem tentando em limitar o Seu agir.

No encontro com Moisés, Deus faz uma biografia rápida:

Ex 3.13-14
Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos olhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.
Agora, imagine só o Deus Onipotente dependendo da defesa de algum homem. Soa até de forma cômica ou mesmo tentar imaginar tamanha astúcia. O verbo ser e estar no inglês são conjugados da mesma forma (to be) mais quando se passa para o nosso português, nota-se uma grande diferença, assim sendo, quando Deus diz a Moisés desse modo, Deus não diz “Eu Estou”mas sim “Eu Sou”. Ora, um Deus que está, não é, mas passou a ser. Porém o Deus que É, mas não está; não pertence ao mundo das coisas verificáveis; posto que Aquele que É, não está; pois se estivesse, seria —, mas não Seria Aquele de Quem procedem todas as existências, sendo Ele apenas um ele, e não Ele; e, por tal razão, fazendo parte das coisas que existem — mas sem poder dizer Eu Sou!

Jesus também falou da sutileza do ser em relação ao estar. Quando indagado acerca da ressurreição pelos saduceus (que não criam em nada que não fosse tangível), Ele respondeu: “Não lestes o que está escrito? Eu sou o Deus de Abraão, eu sou o Deus de Isaque, eu sou o Deus de Jacó. Portanto, Ele é Deus de vivos, e não de mortos; pois para Ele todos vivem”. Assim, os que vivem para sempre são os que são em Deus, e não os que estão existindo. A vida eterna não é existir pra sempre, mas ser em Deus.

Caio Fábio, aborda de forma simplória sobre isso ao expressar:

O que “existe”, pertence à categoria das que coisas que são porque estão. Deus, porém, não está; posto que Ele É. Assim, para viver eternamente eu tenho que entrar na dissolvência da existência, a fim de poder mergulhar naquilo que está pra além do que existe; posto que É. A morte pertence à existência. A vida, porém, se vincula ao que não existe, pois, de fato É. O que existe carrega vida, mas não é vida. A vida, paradoxalmente, não pertence ao que é existente, mas sim ao que É. Quando falo de vida, refiro-me não às cadeias de natureza biológica que constituem a vida dentro da existência. Mas, ao contrario, ao falar em vida, refiro-me ao que é para além da existência constatável.

Sabe aquelas conversas informais (gírias) quando nos referimos a determinada pessoa no sentido de dizer: “Bicho, esse cara não existe!” Assim afirmando que essa pessoa é de mais, muito boa, além do normal? Assim também se faz com relação a Deus, parafraseando o Tillich, pois também Deus não existe, porque Ele simplesmente É De Mais.

Confuso? Complexo? Como nem todo pregador fala sobre isso, soa como novidade aos “nossos ouvidos”. Semelhantemente ao evangelho, e como sempre gosto de dizer... Se fosse fácil todo mundo seguiria.

Texto base retirado de uma resposta do Pr. Caio Fábio

Postado anteriormente em IDE (iconoclastasdoevangelho)

Um comentário:

Márcia Gabriela disse...

Haha... só odia ser Caio fábioo,
se bem q qdo comecei a ler pensei q fosse seuu ;)

o pensamento de Scheaffer caberia como uma luva nessse textoo =)

=**

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