segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Andando... e aguardando



A sombra que me persegue
A escuridão que me rodeia
Da falsidade que me bloqueia
O perigo que de perto me segue.

Se um dia acordo muito feliz
Não imagino o que me aguarda
Surpresa do dia, esse guarda
A felicidade que sempre quis.

Mas onde buscar tamanha alegria
No velho pássaro que voou
No bravio dia que se passou
Onde mais ela estaria?

Ou seria ele? Qual o tom da pele?
Estaria na sombra da alma
Ou na mão escondido na palma
Será que algo em mim o repele?

Não sei se fico aqui a esperar
Nas ruas amargas da vida
Na mais íngreme subida
Esperar, esperar ela voltar.

Olha! Caiu uma lágrima aqui
Estou começando a sentir solidão
A lágrima foi direta ao chão
Parece que vem outra ali.

O rosto banhado a brilhar
Ao reflexo da linda lua cheia
Tiro o sapato e ando de meia
Até o rochoso caminho acabar.

E aqui vou andando... e aguardando
A espera da famosa alegria
Acreditando tê-la conhecido um dia
E aguardando... e andando...

domingo, 30 de janeiro de 2011

“Eu acredito em Cristo, mas não nos cristãos”



A cada dia que se passa os cristãos, sejam eles falsos ou verdadeiros, aumentam o seu nível de descrédito diante da sociedade e do mundo. Obviamente, quando fala-se em cristãos inclui-se as “i”grejas e seus semelhantes, desde templos, comunidades e demais classes religiosas “envoltas” no “cristianismo”.

Gandhi destaca e, talvez uma boa parte das pessoas que nos cercam já tenham escrito isso em letras garrafais... “EU ACREDITO EM CRISTO, MAS NÃO NOS CRISTÃOS”. Para quem não sabe bem quem é este tal citado, foi um dos maiores ativistas social, filósofo e pensador indiano, indicado cinco vezes ao Nobel da Paz e apesar de não ter ganho nenhuma vez, teve o seu devido reconhecimento pelo comitê organizador do Nobel.

Mas se você já achou dura essa citação parafraseada, então compreenda quando ele fala nessas palavras: "No dia em que me mostrarem um cristão parecido com Jesus, eu me converto ao cristianismo". Forte não é? Soa como um tapa na cara de quem realmente se preocupa com o que viria a ser a imagem de Cristo. Logo, a sociedade (não pode-se dizer de uma minoria ou maioria, já que isso vai depender do seu posicionamento) tem tentado transformar Jesus, o Cristo, em uma espécie de ativista social, desconsiderando seu poder de salvação.

Sobre o assunto o Pr. Márcio de Souza enfatiza muito bem sobre “nossos problemas” como cristãos e “frequentadores de igrejas”:
Isso acontece por conta da falta de referencial na igreja hoje que não empolga mais ninguém a seguir os valores do Cristo. Jesus disse que seríamos o sal da terra e se nós não salgássemos a terra ela ficaria insossa. Pois é, vivemos dias em que os saleiros andam entupidos.
Precisamos retornar a Palavra, implantá-la em nós como estilo de vida, encarná-la como o Cristo fez. Torná-la inegociável, e mostrar ao mundo que é possível vivencia-la. Hoje, o evangelho que está sendo pregado por aí é um evangelho fragmentado, cheio de inserções, carregado de dogmas que afasta mais gente do que é importante e atrai pessoas pra superficialidade. (grifos nossos)
Não sei quais são os seus valores cristãos e ideológicos como evangélico que se diz ser, todavia, você poderia se olhar no espelho e se dizer semelhante a Cristo ou ainda vive-se com a ideia hipotética que se é impossível ser semelhante a Cristo e essa ideia tornou-se ultrapassada no decorrer dos tempos?

A seriedade do evangelho se prostituiu com os deleites mundanos e quem “paga o pato” são aqueles que tentam sobreviver como cristãos em uma sociedade de valores morais inócuos e voláteis. Posso tentar concluir com a indagação que já se espera: Onde estão os homens de Deus? Ou onde estão os 7000 que não se curvaram diante de Baal?

Saiam das cavernas! Saiam das escondidas! O povo perece pela ausência de pregadores da Palavra de Deus. E onde está você?

Talvez se tivéssemos alguns homens com a abnegação de Gandhi a igreja com certeza não estaria nesse estado deplorável em que se encontra!

Postado anteriormente em IDE (iconoclastasdoevangelho)

sábado, 29 de janeiro de 2011

Esqueceram de deixar Deus se fazer presente nos cultos



Viagens. Viagens. Viagens. Culto nos fins de semana, igrejas, cruzadas, “evangelismo”, “adoração”. A normalidade da “i”greja, o culto ao ventre humano como se fosse adorado algum deus nesses recintos. Os desenvolvimentos dos trabalhos durante o culto demonstram, ou tentam demonstrar, a melhor maneira de atrair a atenção do público, que por muitas vezes são altamente exigentes e, uma grande maioria, não entende muita coisa do que se é falado à frente.

Em uma situação semelhante, um homem saído da região agrícola de seu país, onde havia uma grande quantidade e variedade de falsos profetas, mercadores mentirosos, um governo de corruptos. (Querido leitor, por incrível que pareça, não estou me referindo ao Brasil)

Um profeta, talvez meio doido, e, provavelmente, incompreendido, julgado por muitos, criticados por outros, não aceito por uma grande maioria fala algumas mensagens duras sobre juízo, sobre a queda e destruição da sua nação. Se parafraseasse as palavras dele e “substituísse” povos por “i”greja e “nós” por Igreja, diria que esse profeta era nosso conterrâneo.

Miquéias 4.5 Pois todos os povos andam, cada um em nome do seu deus; mas nós andaremos para todo o sempre em o nome do Senhor nosso Deus.

Já faz algum tempo em que tem-se esquecido da importância de Deus para com o andar dos cultos. Cada um fala o que quer, prega o que quer, fala como quer, se refere a Deus como quer. Alguns dizem que Ele está presente, mais pouco são os sinais de tais evidências. 

Alguns inventam tantos e tantos sacrifícios (sejam ofertas, dízimos, prosperidade, dentre outros – discussão sobre ofertas e dízimos em outra oportunidade) que fica demonstrado somente a importância das obras, do que você pode oferecer ao Senhor como seu “culto completo”.

Miquéias 6.7-8 Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros, ou de miríades de ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto das minhas entranhas pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus?

Os sacrifícios são demonstrados de uma infinidade de maneiras. Unções dos mais variados tipos, estilos e gostos – unção do riso, unção de animais, unção do cai-cai – só ficando de fora a unção do Espirito Santo de Deus. Em que transformamos nossos cultos? Em que transformamos o evangelho? Pede-se sacrifícios e mais sacrifícios e tem-se menos de Deus.

Se já não fosse o suficiente ter menos de Deus nos trabalhos e cultos ainda temos que aguentar os homens com seus devidos egoísmos e cultos humanísticos.

Se faça presente em nossas vidas. Sei que isso não é muito para o Senhor, porque se formos esperar pelos cultos seremos mais uma parte da geração enganada com a “pregação do evangelho”.

Postado anteriormente em IDE (iconoclastasdoevangelho)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Queria aprender a amar de verdade



Queria aprender a amar de verdade
Sentir aquele grande sentimento
Aquilo que é mais do que um momento
Matar aquela velha e saudosa saudade.

Queria aprender a amar de verdade
Entender que a vida não é um lamento
Que aqui sempre vai existir um tempo
Nas calmas águas da tranqüilidade.

Queria aprender a amar de verdade
Saber que o que sinto não é como vento
E por mais cansado que esteja, sento
E observo o pôr-do-sol na cidade.

Queria aprender a amar de verdade
E viver, sentir mais do que alento
Aquilo que é bem mais que sentimento
Indo além da minha sinceridade.

Queria aprender a amar de verdade
Que isso não seja sofrimento
Para quem lutou até contra o tempo
A espera dessa oportunidade.

Queria aprender a amar de verdade
E entender que nem tudo é saudade
Que nem sempre se vê a cara metade
No lado escuro da felicidade.

Deus não existe... Simples assim




God does not exist. He is being itself beyond essence and existence. Therefore to argue that God exists is to deny him.
Deus não existe. Ele é Ele mesmo pra além de toda essência e existência. Portanto, arguir acerca da existência de Deus é o mesmo que negá-Lo.
(Paul Tillich)

Depois de tanto tempo tentando e pensando que acreditava na existência de Deus e me deparar com uma frase de tanto impacto, minhas estruturas psicológicas se abalaram por nunca ter levando uma linha de raciocino como esta. Simplória e objetiva. Taxativa e clara. Um pouco de “filosofia” (e outros elementos) ajuda a entender.

Quando se fala em existir, chama-se a atenção para algo que foi criado, que teve um começo, que surgiu de algo ou que antes não existia. Existe o Cosmos. Existem as galáxias. Existem todos os entes energéticos. Existem anjos. Existem animais e toda sorte de vida e anima vivente. Existem vegetais, peixes, e organismos de toda sorte. Existem as partículas atômicas e as subatômicas. Existe o homem. Existe eu e você e etc.

Ou seja, Deus não existe, pois Ele é. Se Deus existisse, Ele não seria Deus, mas apenas um ser na existência. E como também não foi criado, pois se tivesse sido criado, deveria ter surgido em algo através de/dentro de alguma Coisa-Deus de deus. Assim, Deusnunca existiu, pois Ele é.

Logo, imagine-se que um Criador que existisse em Algo, não passaria apenas de um engenheiro Universal e um mestre de obras cósmico. Nada, além disso. Com muito poder. Porém, nada além de um Zeus Maior, como crido na Grécia Antiga.

Mais interessante de se observar é que a Escritura não oferece argumentos acerca da existência de DeusJesus tampouco tentou qualquer coisa do gênero. Tanto Jesus quanto a Escritura apenas afirmam a fé em Deus, e tal afirmação é do homem e para o homem e não para Deus; pois se assim fosse para Deus, o tal homem seria o Deus de Deus, posto a existência de Deus dependeria da afirmação e do reconhecimento humano. Tal Deus nem é e nem existe; exceto na mente de seus criadores. Seria como se nós homens (de forma geral) tivéssemos o poder de delimitar a existência de Deus. Assim sendo, além de delimitar a existência, já faríamos o que muitos homens tem tentando em limitar o Seu agir.

No encontro com Moisés, Deus faz uma biografia rápida:

Ex 3.13-14
Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos olhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.
Agora, imagine só o Deus Onipotente dependendo da defesa de algum homem. Soa até de forma cômica ou mesmo tentar imaginar tamanha astúcia. O verbo ser e estar no inglês são conjugados da mesma forma (to be) mais quando se passa para o nosso português, nota-se uma grande diferença, assim sendo, quando Deus diz a Moisés desse modo, Deus não diz “Eu Estou”mas sim “Eu Sou”. Ora, um Deus que está, não é, mas passou a ser. Porém o Deus que É, mas não está; não pertence ao mundo das coisas verificáveis; posto que Aquele que É, não está; pois se estivesse, seria —, mas não Seria Aquele de Quem procedem todas as existências, sendo Ele apenas um ele, e não Ele; e, por tal razão, fazendo parte das coisas que existem — mas sem poder dizer Eu Sou!

Jesus também falou da sutileza do ser em relação ao estar. Quando indagado acerca da ressurreição pelos saduceus (que não criam em nada que não fosse tangível), Ele respondeu: “Não lestes o que está escrito? Eu sou o Deus de Abraão, eu sou o Deus de Isaque, eu sou o Deus de Jacó. Portanto, Ele é Deus de vivos, e não de mortos; pois para Ele todos vivem”. Assim, os que vivem para sempre são os que são em Deus, e não os que estão existindo. A vida eterna não é existir pra sempre, mas ser em Deus.

Caio Fábio, aborda de forma simplória sobre isso ao expressar:

O que “existe”, pertence à categoria das que coisas que são porque estão. Deus, porém, não está; posto que Ele É. Assim, para viver eternamente eu tenho que entrar na dissolvência da existência, a fim de poder mergulhar naquilo que está pra além do que existe; posto que É. A morte pertence à existência. A vida, porém, se vincula ao que não existe, pois, de fato É. O que existe carrega vida, mas não é vida. A vida, paradoxalmente, não pertence ao que é existente, mas sim ao que É. Quando falo de vida, refiro-me não às cadeias de natureza biológica que constituem a vida dentro da existência. Mas, ao contrario, ao falar em vida, refiro-me ao que é para além da existência constatável.

Sabe aquelas conversas informais (gírias) quando nos referimos a determinada pessoa no sentido de dizer: “Bicho, esse cara não existe!” Assim afirmando que essa pessoa é de mais, muito boa, além do normal? Assim também se faz com relação a Deus, parafraseando o Tillich, pois também Deus não existe, porque Ele simplesmente É De Mais.

Confuso? Complexo? Como nem todo pregador fala sobre isso, soa como novidade aos “nossos ouvidos”. Semelhantemente ao evangelho, e como sempre gosto de dizer... Se fosse fácil todo mundo seguiria.

Texto base retirado de uma resposta do Pr. Caio Fábio

Postado anteriormente em IDE (iconoclastasdoevangelho)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Alguém que ainda acredita



Quando as lagrimas inundam o chão
E ninguém mais quer entender
Alguém consegue me compreender?
Parece que grito aqui em vão.

Ninguém está aqui para me ouvir
As paredes se calam a minha voz
Encontro em meu colchão meu algoz
Por acaso teria ainda algo para vir?

Como eu poderia ter fé?
Mal acredito nas coisas que vejo
Como acreditar no que não vejo?
Mal tenho forças para ficar de pé.

A solidão fica aqui sempre comigo
É minha maior companheira
E na cama, senta comigo a beira
Onde cometi o erro, vivi a estribeira?
Logo, nunca fui nenhuma freira
Considerando os caminhos tortuosos que sigo.

Chego até a não acreditar em mim
Nas coisas que poderei fazer...
No que poderei aqui viver
E não vivo e não tenho nenhum lazer
Da vida desconheço o prazer
Parece que realmente já cheguei ao fim.

Mas existe algo que me puxa para fora
Como um Alguém que ainda acredita
Que insiste para que eu aqui viva
Para não desistir dessa velha lida
Pois existe algo bem maior que a vida
E como águia a sua força renova.

E sou levado a acreditar nisso tudo
E tentar viver essa tal felicidade
Que em qualquer canto da cidade
Vivendo em Sua simples vontade
Esqueço da minha própria idade
E fecho minhas portas para o luto.

A Graça, somente a Graça...



Ao olhar na profundidade das escrituras e deparar com minha triste realidade, minha natureza caída, entender que não merecia nada além do inferno, a Justiça e a Ira de Deus deveriam ser executadas sobre mim. Mas, como se por um intervalo, tudo fosse mudado, tudo fosse alterado, um novo significado surge.

Paul Washer retrata um sentido muito interessante ao exclamar:
"Então me perguntam: "E qual é o maior ato de fé?" Para mim é olhar no espelho da palavra de Deus e ver todas as minhas falhas, todos os meus pecados, todas as minhas deficiências e acreditar que Deus me ama exatamente como Ele diz que me ama"

Procuramos por milagres, ressurreições, ofertas, dádivas, tentamos nos tornar melhores para sermos mais merecedores do que Deus fez por nós um dia... e nos esquecemos que tudo que recebemos não é somente pela Sua Graça. Talvez as pessoas não a compreendam na sua totalidade, pois, acham que somente são merecedoras das “coisas boas de Deus” pelas coisas que elas fazem. E a Graça é totalmente o inverso disso.

É olhar ao prostituto e dizer, “Deus perdoa TODOS os seus pecados independente do que você já fez um dia.” É olhar para um pedófilo e dizer: “Os teus pecados são perdoados em nome de Jesus! Vá e não peques mais.” É olhar para o assassino e dizer: “A Graça do Pai te alcança. Arrepende-te e decida ser uma nova criatura pela ajuda e influência do Espírito Santo!”

Nós, como seres humanos somos os maiores canalizadores da Graça divina, seja por meio da “i”greja ou seja por meio da religião. Mais entenda uma coisa, quando eu digo canalizadores, digo como limitadores, pois, achamos que cabe a nós delimitar sobre quem deve vir o perdão de Deus, sendo que o próprio Cristo disse: (João 6:36)“Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.”

Reconheço que não mereço nada do que tenho recebido. E você?

Deus é santo e odeia o pecado, isso é fato. E também não pode fazer mais nada pelo pecador se o mesmo não se arrepender por influência do Espírito Santo. Mais uma coisa é certa. Ainda há tempo de nos arrependermos dos nossos pecados (independente de se achar cristão ou não, pois o arrependimento é algo intrínseco a alma de uma pessoa salva) e nos achegarmos a Ele, pois haverá um dia que Ele não será mais um advogado intercessor, mais sim o Justo Juiz.

Escolha de que lado você quer ficar.

Obrigado, oh Eterno, pela Sua Graça por sobre nossas vidas.

A Graça, somente a Graça... 

Postado anteriormente em IDE (iconoclastasdoevangelho)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um mero sobrevivente



Porque a vontade de errar me persegue?
Se descido ir pela direita eu a vejo
Se descido ir pela esquerda lá estas
Eu quero errar ou ele me segue?

Que desejo é esse que corroe a alma
Angustiante que estraçalha a calma
Da tranqüilidade do acerto já vivido
E das marcas deixadas no coração
Ferido pelas marcas dos cravos
De rosas que a vida nos apresenta
Daquele abraço de quem nos tenta.

Não peço coroa de rubi pelos acertos
Muito menos intrépidas palavras
Contentes e de falsa realidade
Da minha natureza decadente
Onde qualidades não se destacam
Da podridão formada ao redor
Lixo? Chamaria de vida real.

Por baixo da miséria e das feridas
Surge um mero sobrevivente...
De coração... coração? Na mão
Com o que restou do bom combate
Fugindo dos cães que ainda latem
Na expectativa que novamente erre
Novamente... a velha mente...

Não se sabe o que restou. Restou?
Se o coração ficou ou mesmo levou
Das feridas na alma e na mão a palma
Rasgada e com cicatrizes no peito
A procura do experiente coração
Ficou no bolso ou no sujo chão
Sujou? Expectativas? Dúvidas?

Chegou-se o último dia de vida
Da lida de quem batalhou até a morte
Com sorte chegou a esse último verso
Expresso em lágrimas do velho Guia.

Liderança humana... por favor, deixem Deus voltar ao seu lugar...



A geração que faz a diferença. Um grandioso e poderoso exército que anda sem rumo e sem capitão. Mais você poderia argumentar que temos sim grandes líderes. Mais seriam esses, pelo que demonstram, os devidos e esperado modelo de liderança? Pelo que temos observado, tantas e tantas lideranças, haveria alguém com coragem o suficiente para tentar assemelhar-se a algum destes?

Então, o que estaríamos esperando? Um mega pastor? Um lendário apóstolo? Um gigante líder político?

Não sei em que buscam aparentar-se ou tornarem-se semelhantes, mais ainda me lembro de um velho livro, em algumas casas até mesmo empoeirado, esquecido por muitos, usado por menos pessoas ainda e praticado por outra parcela ínfima que afirmava na aparência do caráter de Cristo.

Mortos-vivos que se esqueceram da vida, um grande exército andando sem o capacete da salvação. Corpos andando sem cabeça. Noiva sem noivo. Uma casa de oração que se tornou um supermercado, um mercado financeiro de negociação de bênçãos, vitórias ou qualquer coisa em semelhante disso.

A idolatria que antes não era aceita faz parte das logomarcas de “i”grejas. O que importa é o reconhecimento humano. Meu Deus, o exército aumenta, os corpos mortos de Ez 37 no meio vale começam a ganhar vida e, em tese, um espírito. Mais quem os guiará? Quem os indicará o caminho?

Aposentamos Tua palavra. Te damos descanso de nossas vidas. Já me perdi em textos, mais fico a imaginar a quantidade de pessoas que se perdem acreditando nos “homens de Deus” que estão em nosso meio.

Que não sejamos fariseus. Que não sejamos hipócritas. Que sejamos cristãos que zelam por Sua Palavra e por Seu Evangelho. Abaixo os reinos! Abaixo o capitalismo cristão! Por favor, menos homem e mais Deus... será que Aquele que iniciou a obra não saberia como termina-la?

OBS: O título de tal texto não é descaracterizando o Poder e capacidade de Deus, ou que Ele não tenha tal capacidade ou mesmo dependa do homem, pois acredito e prego a Sua Soberania. Nesse caso, o texto é voltado ao homem que tenta impedir o agir de Deus, tanto no meio da igreja/templo como na vida das pessoas.



Postado anteriormente em IDE (iconoclastasdoevangelho)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Deus, que meus netos sejam iconoclastas!



Se já não bastasse a "complicação" da vida cristã, ou em outras palavras, de ser um autêntico cristão, ainda temos que nos contentar com a vergonha que alguns “pastores” expõem, tanto nos púlpitos como na televisão.

Ontem (25/07/2010) em um momento de lazer/descanso na casa da minha tia, após assistir alguns filmes em família, tentamos assistir algum dos “ótimos” programas da tarde de domingo que abarrotam as emissoras desse país. Até aí, tudo aparentemente normal. Porém, para minha surpresa, em um programa na SBT, um intitulado pastor participou de um quadro de tal programa.

Pensei comigo: “O que esse cara poderá fazer para ser luz? O que ele irá fazer para não nos envergonhar mais ainda? Será que ele vai falar de Deus para o Brasil todo nesse horário?”
E em surpresa eu aguardava “atentamente” o que poderia vir a ocorrer. Para minha surpresa e, acredite se quiser, uma das “provas” que ele deveria passar seria ir a um desfile de lingeries e estudar sobre a mesma. Com toda essa desmoralização, pois pelo que ele demonstrava certa repugnância afirmando sobre sua esposa e sobre fidelidade.

Quanto a suas palavras eram o mínimo que se esperava de alguém que se dissesse pastor. Agora, o que me chama a atenção, é ele ir a um palco de televisão, ser motivo de chacota sem necessidade e ainda não ter argumentos para rebater objeções tão simplórias no estilo “Deus não é isso ou aquilo”.

E você, caro leitor desse blog, pode se perguntar, “mais a custo de que esse pastor passa tremenda vergonha?”

Isso foi por R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Sei que muitos em nossa nação estão precisando de dinheiro, mais, precisamos apelar para tanto? Chegar a um nível que não demonstra conhecimento nem distinção dos que nos cercam?

Coitado dos meus netos. Talvez na geração deles já terão “homens de d’eu’s” pregando para prostitutas através de relação sexual dizendo que isso é totalmente lícito; ou quem sabe, “patriarcas bíblicos” afirmando que se pode ter mais de uma esposa porque a “’briba’ da Gretchen” assim permite.

Que a luz não se apague na vida deles e nem eles venham a se tornar insípidos porque para nada mais servirão. Se forem a mídia, que seja realmente para falar do real Amor de Deus, de Sua Justiça Perfeita e de Sua Graça.

E como já falei em outro post...

E você ainda brincando de ser cristão? Enquanto você se diverte, tem alguns loucos que levam isso totalmente a sério...



Postado anteriormente em IDE (iconoclastasdoevangelho)

domingo, 23 de janeiro de 2011

De que acham que sou feito?



De que acham que sou feito?
Porque não vês minhas lagrimas
Não quer dizer que não choro.

Porque não conheces meu leito
E nem que eu seja anátema
Mesmo nas muitas vezes que não oro.

Se eu choro, eu canto
E no meio do meu pranto
O soluço do silêncio opaco
Que naquele velho e triste quarto
Me causa tanto espanto
E de medo me quebranto.

Na dor da perda inesperada
Uma surpresa súbita e implacável
Que me sufoca sem dó.

A dor que chega sem ser convidada
Transformando o gosto do mel em fel
Sem descrição ao sentimento maior.

Não quero dividir nada
Nem das lágrimas a água
Que molharam meu rosto
E como se já não estivesse posto
A alegria que uma hora se finda
Até da melhor frase, a mais linda.

Desse poeta ficam as palavras
Que talvez tenham sido em vão
Que desse mundo cão não sente falta
Nem da dor, por mais que seja alta
E onde for, vai... ou vão
Levando daqui as velhas palavras ladras.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Um dos esquecimentos da igreja moderna: O Arrependimento



Em outra viagem ao interior da Palavra, me deparando nas milhares de páginas, inúmeras palavras e expressões, conceitos e histórias, entre chuvas, guerras, visões, interpretações, consigo olhar a vida de um homem (jovem para alguns, velho para outros) onde o mesmo sente a necessidade de isolar-se no próprio quarto e levantar um clamor, uma forma de arrependimento pelos erros já cometidos, independente da vida que levava e dos méritos, pois, diga-se de passagem, não eram poucos.

Mesmo fazendo parte da nobreza, chegou como um cativo a terra estranha mais optou pela diferença. Todo um reino gigantesco, as melhores comidas e refeições a seu dispor, os melhores súditos. Mais Algo lhe chamava para fazer a diferença. O seu interior clamava por arrependimento. Em um determinado dia, ele fez assim, entrou em seu quarto, se vestiu de vestes de pano de saco sobre cinzas e exclamou:



Daniel 9.4-6 E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: Ó Senhor, Deus grande e tremendo, que guardas o pacto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; pecamos e cometemos iniqüidades, procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus preceitos e das tuas ordenanças. Não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes, e nossos pais, como também a todo o povo da terra.

Substituímos a Alegria pelo entretenimento. O Arrependimento pelo emocionalismo. O “mundo do faz de conta”. São tantas aparências para se preocupar (exterior principalmente), maquiagens para não borrar. Se fosse falado que Deus não se faz presente em nossos cultos (independente do dia ou do louvor) muitas pessoas nos chamariam de ridículos, religiosos e mais algumas expressões que não convém serem citadas.

Porém, posso convidar o querido leitor a uma linha de pensamento e a fazer-lhe uma indagação: Qual foi a última vez em que Deus se fez realmente presente (não a Onipresença d’Ele, mais sim a sua presença manifesta) em um culto em que as pessoas caíram em arrependimento, chorando e com medo de serem (sermos) consumidos pelo Senhor?

Os cultos de hoje são centrados nas pessoas dos pastores (líderes) e na bajulação para não “machucar” os liderados pois são muito delicados e jovens na fé. A geração do conhecimento começa a tornar-se a geração da omissão. “Não vamos aprender mais de e sobre Deus e optaremos ‘pelo silêncio’, pois, não precisamos nos aprofundar nesses tipos de conhecimento. A geração da igreja lotada que mais manda jovens ao inferno. Mandar não, porque pode soar meio pejorativo, melhor, a que mais acompanha jovens ao inferno.

Não tenho a quem recorrer. Somente Ele para fazer conforme a Sua vontade. E assim seja... E faço das palavras de Daniel as minhas:

Daniel 9.19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e põe mãos à obra sem tardar, por amor de ti mesmo, ó Deus meu, porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome.



Postado anteriormente em IDE (iconoclastasdoevangelho)

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